18/04/2013

PATRIMÓNIO IDENTITÁRIO



Hoje comemora-se o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios. O Conselho Internacional dos Monumentos e Sítios elegeu como tema de celebração, para 2013, o Património da Educação, tendo em atenção o vastíssimo legado, relacionado com a aprendizagem e o conhecimento, que encontra a sua materialização em inúmeros elementos e conjuntos patrimoniais de diferentes tipologias e valor, espalhados um pouco por todo o país.
A Direcção-Geral do Património, à semelhança das edições anteriores, apresenta uma programação que inclui um conjunto de actividades subordinadas ao tema PATRIMÓNIO + EDUCAÇÃO = IDENTIDADE, dentro do espírito de que o futuro depende muito do reforço das identidades e de que a educação, e os seus diferentes patrimónios que plasmam o conhecimento, são contributos insubstituíveis para esse fim.
Num dia como o de hoje gostaria de salientar as ameaças à geodiversidade no que concerne às cavidades subterrâneas do concelho de Lisboa, dando uma particular ênfase aos aspectos socio-históricos, mormente no tocante ao trogloditismo e ao culto das grutas. O esquecimento e o ostracismo a que o património é frequentemente votado, como é o caso das cavidades do concelho de Lisboa, resulta muitas vezes da ausência de iniciativas educativas adequadas. Nesse âmbito, a sensibilização ambiental, a interpretação ambiental, a educação ambiental e a educação para a sustentabilidade adquirem uma especial relevância, nomeadamente no que respeita ao património geológico em geral e ao geo-espeleólógico em particular.
Este será também um dia para apelar à implementação de medidas efectivas de geoconservação, sobretudo num contexto educativo que pretenda preservar a história e as tradições locais. A criação de um centro de interpretação no Geomonumento do Rio Seco e/ou de um percurso pedestre temático que ligasse este geossítio, às Furnas de Monsanto e/ou ao Complexo Subterrâneo da Furna do Rasto serão apenas dois exemplos entre outras possíveis iniciativas.
Este será certamente um dia adequado para revelar mais uma faceta histórica de Lisboa, que envolve as “famosas” Furnas de Monsanto, recordando o trabalho do jornalista Mário Domingues que, sob o pseudónimo de Joaquim Vadio, escreveu, em 1930, acerca da pobreza que se vivia na capital. Para tal recorremos ao texto da autoria de Gonçalo Pereira publicado, no passado dia 7 de Abril no blogue Ecosfera.

Notícias Ilustrado, 23 de Março de 1930 (reproduzido a partir do arquivo da Hemeroteca Digital)

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